domingo, 23 de dezembro de 2018

Handel: O Messias - Dueto "He shall feed His flock" e Coro "His yoke is easy"




Em 'O Messias', obra riquíssima do início ao fim, este dueto de indescritível beleza “He shall feed His flock” é o meu preferido. A seguir vem o justamente famoso coro “His yoke is easy”, um dos mais belos de Handel, concluindo assim a primeira parte que, no sublime oratório, relata o nascimento de Cristo.

Esta gravação de 1992 é a mesma versão apresentada no teatro de Dublin onde a obra foi estreada em 1742. O grande regente Sir Neville Marriner à frente do coro e da orquestra de St. Martin-in-the-Fields, segue o organograma utilizado por Handel, 250 anos antes: somente cordas, ocasionais sopros de madeira, poucos metais e o coro relativamente pequeno, se comparado com outras gravações. Foi nesta forma, com orquestração e vozes reduzidas, que  o próprio Handel e os dublinenses ouviram o Messiah pela primeira vez... mais leve, mais diáfano.

Destaque para as interpretações da soprano estadunidense Sylvia McNair (inspiradíssima) e da mezzo-soprano sueca Anne Sofie von Otter; elevam-se a alturas celestiais, sublimes!

He shall feed His flock like a shepherd - Ele alimentará Seu rebanho como um pastor; e Ele ajuntará os cordeiros com Seu braço e os carregará em Seu seio... (Isaías 40:11)


sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Brasil. Pátria amada




Brasil. Pátria amada,
ensolarada e festiva!
País alegre do carnaval e do futebol,
do samba, das praias
e das elegantes mulatas.
As nações recordam e choram
a tua decadência.

Onde está a música popular
de outrora,
rica e festejada?
os chorinhos, os maracatus,
as modinhas das cidades?
as modas, as catiras,
os causos das roças e vilarejos?
Miscigenadas,
superficializadas,
globalizadas.
Pixinguinha, Noel, Jobim e Catulo
silenciosos dormem.

Os pináculos de nossa cultura
sem descendentes choram.
Machado e Rosa,
Castro e Drummond,
Carlos e Villa,
Almeida e Portinari.

As florestas, abandonadas;
o ouro, roubado pelos eleitos;
cinza está o céu;
apagadas as estrelas.
Ordem e Progresso
são palavras e nada mais. 

Ai de ti, povo solidário, amável
- bestializado e escravizado
pela caterva sem escrúpulos!
Ah! Minha Pátria amada,
triste e ensolarada.