quarta-feira, 31 de março de 2010

Debussy: Obra Completa para Piano Solo - Jean-Efflam Bavouzet


Debussy: Obra Completa para Piano Solo,
por Jean-Efflam Bavouzet
5 CDs - 2006-2009 - 160 kbps

Volume 1:
24 Prèludes
Les soirs illumines par l’ardeur du charbon
Volume 2:
Ballade Slave
Valse Romantique
Danse “Tarantelle Styrienne”
Images Oubliées
Estampes
Pour le Piano
Masques
L’Isle Joyeuse
D’un Cahier d’Esquisses
Volume 3:
Nocturne
Suite Bergamasque
Danse Bohemienne
Arabesques
Revêrie
Mazurka
Children’s Corner
Hommage a Haydn
Morceau de Concours
La Plus Que Lente
The Little Nigar
Page d’Album: Pièce pour le Vetement du Blesse
Berceuse Heroique
Elegie
Volume 4:
Images, Livre I
Images, Livre II
12 Études
Étude retrouvée

Volume 5:
Khamma (version for piano)
Jeux (version for piano)
La Boîte a Joujoux


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Volume 1: Debussy.CompletePiano.Vol1.Bavouzet.zip
Volume 2:
Debussy.CompletePiano.Vol2.Bavouzet.zip
Volume 3:
Debussy.CompletePiano.Vol3.Bavouzet.zip
Volume 4:
Debussy.CompletePiano.Vol4.Bavouzet.zip
Volume 5: Debussy.CompletePiano.Vol5.Bavouzet.zip

terça-feira, 30 de março de 2010

Semana Santa - A Música da Renascença: Lassus, Palestrina e Victoria



As Lamentações, geralmente atribuídas ao profeta Jeremias, são cinco poemas elegíacos, talvez escritos no período da destruição de Jerusalém por Nabucodonosor, no século VI a.C. Comentam a triste condição de Israel: o templo em ruínas e a escravidão, porque o próprio povo tornara-se infiel à Aliança com Deus.

De forma que judeus e cristãos utilizam hoje as Lamentações de Jeremias em momentos litúrgicos de pesar, relembrando fatos de importância da História: os judeus, nos dias de jejum, sofrendo em memória da Jerusalém destruída; os cristãos, na Semana Santa, quando reconstituem a dor de Cristo no Horto das Oliveiras e no martírio do Calvário.

Lassus: Hieremiae prophetae Lamentationes
 Palestrina: Lamentationes Ieremiae prophetae
Victoria: Tenebrae Responsories


A profundidade dramática dessas três obras-primas continua mais viva do que nunca. São apresentadas frequentemente durante a Semana Santa nos mais variados templos cristãos. É música sublime, capaz de comover até as pedras. Não há outra definição mais exata.

De genialidade incontestável, Lassus, Palestrina e Victoria continuam os maiores compositores da Renascença (incluiria William Byrd nesta plêiade). Suas obras foram escritas há quase 500 anos , mas a beleza que há nelas vive, e exerce fascínio até os dias atuais. Pela elaboração artística e pelo conteúdo humano está no mesmo nível da música de Monteverdi, Bach, Handel, Haydn, Mozart e Beethoven.

Para este breve comentário, tomo de empréstimo as palavras do grande crítico literário Otto Maria Carpeaux, que também foi historiador musical. Escreveu apenas um livro sobre o assunto : Uma Nova História da Música, facilmente disponível em publicação popular da Ediouro. É um excelente e valioso "resumo" sobre a música do Ocidente, indispensável na estante dos estudiosos do tema.

segunda-feira, 22 de março de 2010

André Gide: Os Frutos da Terra


Sábias palavras de Gide, grande escritor francês, prêmio Nobel em 1947:

"Nathanael, que cada espera em ti não seja sequer um desejo mas simplesmente uma disposição para a acolhida. Espera tudo que vem a ti, mas não desejes senão o que vem a ti. Não desejes senão o que tens. Compreende que em cada momento do dia podes possuir Deus em sua totalidade. Que teu desejo seja amor, e que tua posse seja amorosa. Pois, o que é um desejo que não é eficaz?

Como! Nathanael, tu possuis Deus e não te aperceberas! Possuir Deus é vê-lo; mas não o olham. Em que volta de atalho viste Deus, Balaão, diante de quem se detinha o teu asno? É que o imaginavas diferente.

Nathanael, somente Deus não há como esperar. Esperar Deus, Nathanael, é não compreender que já o possuis. Não distingas Deus da felicidade e põe toda a tua felicidade no instante."

"Toda a tua fadiga cerebral, ó Nathanael, vem da diversidade de teus bens. Não sabes sequer qual deles preferes e não compreendes que o único bem é a vida. O menor instante da vida é mais forte do que a morte, e a nega. A morte não é senão a permissão de outras vidas para que tudo sem cessar se renove; a fim de que nenhuma forma de vida detenha isso mais tempo do que lhe é necessário para se dizer. Feliz é o instante em que tua palavra retine. Durante o resto do tempo escuta; mas quando falares, não escutes mais."

André Gide (1869-1951)

(de Os Frutos da Terra: parte 3 do Livro Primeiro, 1897)

E, aproveitando o tema, porém de outro ângulo, esta intrigante pintura do artista alemão Hans Happ:
Frutos da Terra.