Através das lentes de meus óculos
tu aproximas suave como brisa,
como ondas na claridade da manhã.
Uma forma de gestos pontilhados -
és a essência diluída de nuvem,
brilho transformado em substância.
Às vezes fico guiando o meu batel
no oceano de solidão, e sigo, sigo,
seguindo vou a música de tua voz.
E só me resta a imaginária presença:
na taça vou bebendo o teu corpo,
a minha constante, doce embriaguez.
Assim eu vou: sozinho, sem âncora,
sem leme, sem velas, sem tripulação.
Somente tu, somente a tua lembrança.