sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Christmas Night: Carols of the Nativity


Aos amigos que visitam Palavra e Melodia, deixo este presente especial: hinos de Natal de sublime beleza, quase todos colhidos do folclore de diferentes nações, ora entoados pelas vozes celestiais do coro Cambridge Singers. 

Em 2012, Paz Profunda aos homens e às mulheres de boa vontade!

The Cambridge Singers
Soloists:
Nicholas Sears, tenor [5,16]
Ruth Holton, soprano [7]
Gerald Finley, baritone [9]

The City of London Sinfonia
John Rutter, conductor

1-In dulci jubilo (traditional) (3:20) 
2-Adam lay y bounden (1:12) 
3-Christmas Night (french traditional) (4:04)
4-Once, as I remember (italian traditional) (2:34)
5-A Spotless Rose (2:49)
6-In the Bleak Midwinter (4:40)
7-There is a Flower (4:08)
8-The Cherry Tree Carol (traditional) (1:55)
9-I Wonder as I Wander (american  traditional) (2:59)
10-Candlelight Carol (4:09)
11-O Tannenbaum (traditional) (2:02)
12-Tomorrow shall be my dancing day (english traditional) (1:59)
13-A Virgin Most Pure (english traditional) (2:44)
14-I Sing a Maiden (2:59)
15-Lute-book Lullaby (2:08)
16-The Three Kings (2:21)
17-Myn Lyking (2:41)
18-O Little One Sweet (3:18)
19-All my heart this night rejoices (2:18)
20-I Saw a Maiden (basque traditional) [arr. E. Pettman] (2:57)
21-Away in a Manger (2:18)
22-Nativity Carol (4:28)

 Download MP3 - BAIXAR: 

domingo, 18 de dezembro de 2011

Natal Barroco: D. Buxtehude, A. Corelli, G. Torelli, J.S. Bach, G.F. Handel



Adoração dos Pastores, óleo sobre tela
- Bartolomé Esteban Murillo -
(1617-1682)
_

Diderik Buxtehude 
Cantata do Advento: In dulci jubilo
Cantata de Natal: Ihr lieben Christen

Archangelo Corelli
Concerto Grosso Op.6: no.8
“Fatto per la Notte de Natale” 

Giuseppe Torelli
Concerto Grosso Op.8: no.6
“Pastorale per il Santissimo Natale” 

Johann Sebastian Bach
Oratório de Natal (trechos) 

George Frideric Handel
O Messias (trechos) 

Download MP3 - BAIXAR:
BaroqueChristmas.zip


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Chet Baker: Silent Nights. A Christmas Jazz Album




1. Silent Night (2:50)
2. The First Noel (2:06)
3. We Three Kings (2:27)
4. Hark! The Herald Angels Sing (2:01)
5. Nobody Knows the Trouble I've Seen (3:57)
6. Amazing Grace (3:36)
7. Come All Ye Faithful (4:28)
8. Joy to the World (2:40)
9. Amen (1:41)
10. It Came upon a Midnight Clear (1:57)
11. Swing Low, Sweet Chariot (3:24)
12. Silent Night (4:03)

Personnel:
Chet Baker - trumpet
Christopher Mason - alto sax
Mike Pellara - piano
Jim Singleton - bass
Johnny Vidacovich - drums


Download MP3 - BAIXAR:

domingo, 11 de dezembro de 2011

Handel: 'O Messias' - cond. Marriner, solistas: E.Ameling, A.Reynolds, P.Langridge e G.Howell



Compositores geniais escreveram belíssimos oratórios sobre o nascimento de Cristo, entre os quais Heinrich Schütz: “Weihnachtshistorie” (História da Natividade, 1660) e Johann Sebastian Bach: “Weihnachtsoratorium” (6 cantatas de 1734, entituladas ‘Oratório de Natal’), mas nenhum deles supera a beleza e a espontaneidade, a poesia pastoral das cordas e a intensidade dramática do coral com trumpetes do “Messiah” de Handel; escrito em apenas 24 dias, rapidamente, como se os querubins e os serafins ditassem-lhe em atmosfera etérea as melodias, a harmonia das árias e a polifonia dos coros. 

Semelhante ao crítico literário e historiador musical Otto Maria Carpeaux, eu também considero I know that my Redemeer liveth a mais bela prece já escrita em forma de música.

O sublime oratório de Handel foi criado em 1741 e apresentado em um teatro de Dublin, Irlanda, em 1742, para comemorar a Páscoa. Mas, desde então, as associações corais revivem-no em princípios de dezembro, período do Advento, quando se prepara para as festas do Natal. O oratório é dividido em 3 partes, cujos temas podem ser compreendidos assim: 1- Anunciação (a partir da profecia de Isaías) e Nascimento; 2- missão redentora da Paixão, e Ressurreição; e 3- Cântico de Ação de Graças. Sendo assim, o teor da primeira parte do oratório é que está relacionado ao Natal.

O Messias e a Música Aquática, de Handel; o Oratório de Natal e os Concertos de Brandenburgo, de Bach, as Quatro Estações e o Gloria, de Vivaldi; a Quinta Sinfonia e a Pastoral, de Beethoven; são exemplos de arte perfeita; e extremamente popularizadas com o passar dos anos, porque encantam leigos e eruditos de todas as raças, crenças e épocas. Essas peças já foram gravadas centenas e centenas de vezes, mas se mostrarmos disposição para ouvi-las com se fosse pela primeira vez, reencontraremos nelas a beleza e o arrebatamento, e entenderemos o motivo de serem tão populares.

Enquanto existir algum lume em nossa Civilização, essas grandes obras não serão esquecidas. 

 

MP3 Download 320 kbps - BAIXAR:
Elly Ameling, soprano
Anna Reynolds, alto
Philip Langridge, tenor
Gwynne Howell, bass
Academy and Chorus of St Martin-in-the-Fields
(Chorus Master: László Heltay)

Neville Marriner, conductor


sábado, 26 de novembro de 2011

Sobre o Perdão


O perdão continua sendo um ideal a ser alcançado. Falo do perdão verdadeiro, sem hipocrisia. É um estágio evolutivo que a humanidade ainda não alcançou, com exceção de alguns poucos seres, almas velhas que por aqui passaram incontáveis vezes; e em cada vez, já compreendem a fraqueza humana, e adquirem forças para perdoar. Fora esses casos, nós e a maioria dos que ainda somos humanos, no sentido vasto da palavra, temos que galgar degraus, sendo o primeiro deles evitar todo tipo de vingança, ainda que vivenciemos intimamente o momento de raiva diante das ofensas. O outro passo é trabalhar essa raiva em nós com lucidez, e fazer o possível para que não seja transformada em vibrações de ódio direcionadas para a pessoa que nos magoa. Creio que não desejar o mal já seja um ato benigno que algum dia pode nos levar ao perdão de fato. E é melhor aceitar o fato de que a tristeza e a magoa são uma realidade em nós do que fingir um grau de evolução espiritual que ainda não alcançamos.

Talvez, por isso é que Salomão, homem rico que tudo tinha, só pediu a Deus uma bênção: a sabedoria. Estando de posse dessa graça, adquire-se saúde e paz, compreende-se a fé e o amor com justiça. Mas até mesmo Salomão equivocou-se, pois sabedoria não é um presente que se ganha simplesmente. Na verdade, é uma riqueza que se conquista com o tempo, através de reflexões e ponderações. De tal forma a sabedoria é uma dádiva conquistada que vamos compreendendo que ela não é sinônimo exato de velhice. Nem todos os velhos são sábios. A idade não é contada pelos anos simplesmente vividos, mas sim pelos momentos de reflexão pelos quais as lições são assimiladas, tornando-nos pessoas melhores.

O que podemos pedir a Deus senão a lucidez para estarmos atentos aos sinais e às oportunidades para que esse aprendizado nos leve à sabedoria? Sabedoria e capacidade de perdão são conquistas. Quando sentimos ódio temos que aceitá-lo como tal, e com lucidez entendermos que a ofensa e a humilhação nos acarretam no mínimo uma grande tristeza. É uma reação natural e humana. O que fizermos desse sentimento é que se torna responsabilidade nossa. Se o estendemos por anos a fio, desejando o mal a quem nos feriu, é causa e efeito que somente nós podemos modificar.

Em resumo, ainda que compreendemos em nós por enquanto, com realismo e humildade, a incapacidade de perdoar, podemos também ter a alegria de que já conseguimos não desejar o mal ao ofensor. É um auspicioso degrau na escalada ao ideal do perdão puro.



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O que sou o que somos




Se perguntar o que sou, direi:
um pensador que não perdeu o rumo dos sonhos.
Mas se eu perguntar a mim quem sou, saberei?

Se ainda giram e circulam galáxias e átomos,
nebulosas fulgem e estrelas surgem,
se células renascem
como açucena no pó das searas,
é porque há no aparente caos uma réstia de luz;
é porque não se cansou ainda de ter esperanças
Aquele que inventa os elementos,
delineia no barro as formas
e concede individualidade às criaturas.

Sim, Dante tinha razão:
É o Amor que conduz todos os sóis,
implode o núcleo das esferas,
movimenta círculos, elipses e Big Bangs,
abre buracos negros e incendeia as supernovas.
É o Amor que efetiva trespasses e metamorfoses,
e em cada um o pulsar inesgotável das efemérides.

Somos grãos de areia, é certo,
mas também damos à ampulheta
o motivo em seu movimento infinito.
Regozijemo-nos! portanto.
Fazemos parte do milagre da vida.

Se perguntarem: Quem és?
Diga: não sei quem sou, mas sei deste item –
neste sangue corre o elemento dos vulcões
e minha carne é centelha de nebulosas.
Sou feito do mesmo brilho e da mesma matéria
de que são feitas as estrelas que surgem e passam.

Fica, enfim, a Alma, síntese e âmago do Criativo.
Mera semente. Somente. E Tudo.



Imagem:
Nebulosa de Helix da Constelação de Aquarius
[Copyright: Hubblesite.org]

domingo, 9 de outubro de 2011

Sobre a Verdade



Se é que realmente aconteceu, um dos trechos mais interessantes do Novo Testamento é quando Pilatos pergunta: "Que é a verdade?".

Quem pode dizer com exatidão o que foi, o que é, e o que será?

As Religiões surgem de experiências individuais que se tornam em crenças coletivas amparadas por dogmas. Ora, o mito é a base da religião, e mitos são construídos por sociedades organizadas e quase sempre tendenciosas.

Assim também a História: múltiplas são as testemunhas oculares e diversos os ângulos dos fatos observados que, posteriormente, são relatados por historiadores que podem se confundir ou, pressionados, vendem-se ao poder vigente. Por isso, no decorrer do tempo, tantos vilões e heróis, ora um ora outro, são execrados ou inocentados.

As Ciências também não possuem a palavra final, pois lidam com verdades provisórias; o que hoje é entusiástico enunciado, amanhã pode ser motivo de riso. Recorde que o nosso planeta já foi estático, recorde que a terra como centro do universo já foi idéia convicta e certa.

A Filosofia, que tende a dissecar a verdade, apoia-se em premissas, que podem ser equivocadas, dependendo da tendência unilateral do pensador. Pensar com sabedoria é dádiva de poucos. No Oriente, consideram sábios aqueles que dançam em torno de um objeto para vislumbrá-lo de todos os lados.

Restam-nos as Artes, e estas não querem provar verdade alguma; pelo contrário, com os véus do mistério obscurecem-na entre a nitidez e a névoa. As Artes são as únicas que aceitam humildemente a incerteza que há na vida e nas coisas do mundo: de que tudo pode ser e pode não ser.

Evidentemente que não estou a desmerecer a conquista das ciências, ou o esclarecimento da história, ou os benefícios da filosofia e das religiões. Quem crê em nada carrega a mesma tolice daqueles que acreditam em tudo. O que me preocupa é a estagnação pela certeza, quando o resultado das investigações torna-se em dogma religioso, científico, seja ele qual for, que estreita os caminhos, que entulha de pedras a passagem estreita, transformando as possibilidades em garganta fechada, por onde é impossível entrar ou sair, enfim, de transitar livremente.   

Talvez, naquela remota época, Pilatos, o procurador romano, só quisesse dizer: cada qual abrace a própria verdade mas, por gentileza, não a proclame como se fosse a única verdade verdadeira.