domingo, 7 de junho de 2009

No Fim do Arco-íris Há um Pote de Ouro




Há um pote de ouro no fim do arco-íris.

Eis o sentido de uma lenda que pode ser real dependendo de cada um. Mas só chegaremos até o pote após a compreensão das sete cores e de seu vasto significado:

O VERMELHO da necessária paixão que impulsiona e cria experiências novas, alimentadas pelo direito de sonhar. É a que possui menos energia espiritual, mas vem da matéria palpável, por isso condensa a força da terra, barro santo de onde surgimos para recriar possibilidades de reiventarmos o milagre da vida.

O LARANJA é o sol, ensinando-nos a manter um dos bens supremos: a saúde, que nos dá a chance de viver, de caminhar cada trecho do caminho. Sol que perpassa átomos e células, que nos incita a desenvolver asas, a sonhar com a absorção do brilho de auréolas.

O AMARELO da inteligência, herança do Criador em nós. Silenciosa chama sem combustão, que nos permite refletir, analisar, ponderar. Associada ao vermelho rubro da paixão, impulsiona e concede-nos a construção do real. A inteligência – luz antes da luz, energia criativa antes do verbo – pensamento que gradativamente se enriquece na vivência, transmutando-se em prudência e sensatez.

O VERDE da clorofila das matas, da renovação das naturais belezas, que nos alimenta e ensina que somos parte da terra, dela viemos e a ela retornaremos, eternos viandantes e aprendizes.

O AZUL da liberdade, cuja compreensão almejamos, mas que ainda não se tornou em voo ou em paz da consciência, e esta tem muitas maneiras individuais de ser conquistada.

O ANIL é a noite que guarda tantas estrelas. E fé: semente do dia a nascer, pois tudo pode se transformar no curto período de uma noite para outra manhã que nasce. O Anil, sendo noite que se transforma ou madrugada que chega, é luz insinuada, acena pela busca da verdade e do caminho que transcende.

O VIOLETA, que está do outro lado do arco, parece ser o oposto do vermelho. Em verdade é complemento e sequência. É o fogo que deixou de arder, é a substância consumada pela cinza, a metamorfose da ação para a contemplação. Anuncia e nos faz compreender tristezas inevitáveis, que nos conduzem ao aprofundamento do espírito, pois tudo é indispensável na vida: as alegrias são importantes, as tristezas são necessárias. É a cor de mais energia espiritual, pois dela vem a meditação sobre verdades eternas.

A insensatez é a ausência de todos os conhecimentos, é a escuridão da noite sem estrelas. É Maya, é Adam Belial.

O conhecimento da harmonia das cores, aplicado em nossa vida surge quando há LUZ captada no prisma, transformando-se no BRANCO da paz interior.

No fim do arco-íris há um pote. E esse pote com o tesouro dentro chama-se sabedoria, e é fato, só temos direito de encontrá-lo após vivenciarmos cada etapa da vida, profundamente bem vivida na dor e no riso.



(em "Sobre a Cinza e o Fogo: Pequenas Reflexões")




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