sábado, 29 de agosto de 2009
Esquecimento
não se morre só quando se fecham os olhos
ou cessam de respirar os pulmões
se existem muitas formas de morrer
também morre o coração - aos poucos
na omissão do aceno tão esperado
no cruel silêncio de alguém que amamos
morre-se um pouco a cada dia
pela ausência da palavra que nunca chega
morre-se como galhos que se esgarçam
tentando abraçar os contornos da tarde
morremos - parcelas inexatas – fielmente
no acúmulo do carinho mendigado
um dia emudece a essência da alma
extingue-se a esperança, antes tão farta
e do amor sobra apenas uma ponte retorcida
em cujas tábuas soltas o abismo vence
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4 comentários:
Ailton, ensaiei escrever, apaguei, desisti e voltei. Tive vergonha de dizer apenas "lindo texto"
que lindo texto!
mesmo. encantador...
Grato pela visita e sensibilidade.
Ailton, adorei o seu blog e seus poemas... todos muito sensíveis, lindíssimos, virei sua fã... Esse especialmente quase me levou as lágrimas! Tenho planos de fazer mais para frente ( quando o meu tempo livre me permitir ), um blog cultural também, com poemas meus e de outros autores, música, algumas discuções... Te aviso quando ele sair e te convido desde já a conhece-lo também... Beijos e mais uma vez parabéns pelo maravilhoso blog, Milene.
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